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Dia do Rap Nacional abre o final de semana da rádio pública do Recife

05.08.21 - 17H00
Bione, mulher negra, cabelo cacheado preso no alto da cabeça, camiseta laranja, com a mão direita levantada segurando um microfone

A poeta pernambucana Bione, que se destacou representando o estado no Slam BR, vem despontando como um dos principais nomes no cenário local do rap (Foto: Milena Ferreira/Divulgação)

Por Amauri Lins

Pilar fundamental da cultura Hip-Hop, o rap é parte integrante da nossa identidade nacional, força pulsante nas periferias dos grandes centros urbanos. Nesta sexta-feira, dia 6 de agosto, é celebrado o Dia do Rap Nacional. A data foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, portanto, integra o calendário oficial apenas no estado. Apesar disso, a proposta foi abraçada pelo movimento em todo o país, que utiliza o marco para ressaltar as contribuições do gênero na formação cultural brasileira.

As origens do Hip-Hop remontam às festas de rua nos subúrbios de Nova Iorque, em meados dos anos 1970, sob fortes influências jamaicanas. A prática de unir a poesia ritmada do MC, por cima de uma base produzida pelo DJ, deu início ao que viria a ser dois dos quatro elementos do movimento, que abrange ainda as expressões visuais (com o grafite) e corporais (com o breakdance). Na década seguinte, o rap desembarca no Brasil, num primeiro momento pela via do consumo. Com o passar do tempo, começaram a surgir talentos locais, que traduziam em música a realidade de desigualdade social e opressão, vivenciada nas localidades marginalizadas. Era um espaço, sobretudo, de autoestima e reinvindicação da população negra e periférica. Por essa natureza, o estilo sofreu e ainda sofre com a repressão, sob o estigma de ser violento e agressivo.

Apesar de tudo, o rap hoje se encontra abrindo diversas portas, inovando e incorporando novas sonoridades e subgêneros, sem perder sua essência de denunciar as injustiças. Por isso a Frei Caneca FM preparou uma seleção especial para você comemorar essa data junto a gente. Ao longo da nossa programação de amanhã (6), até as 19h, você confere desde artistas consagrados, como Racionais MC's, Sabotage, MC Gaspar, Consciência Humana e Marcelo D2, até a geração mais recente que vem trabalhando o rap em suas mais diversas possibilidades, como Emicida, Criolo, Rapadura, Tássia Reis, Jup do Bairro, Iza Sabino, Monna Brutal, Quebrada Queer, entre outros.

SEXTA (6)

Ao meio-dia, o Mulher na Caneca conversa sobre cinema, com a participação das cineastas pernambucanas Kátia Mesel e Gabriela Alcântara. O desmonte das políticas culturais, o incêndio da cinemateca e a reação dos artistas são alguns dos temas abordados pelas jornalistas Clareana Arôxa e Inamara Mélo. As ações do Movimento Mulheres no Audiovisual Pernambuco, o Mape, também entram na pauta. No terceiro bloco, as apresentadoras repercutem, junto a jornalista Claudia Parente, as principais notícias da semana, entre elas a relação do presidente Jair Bolsonaro com o neonazismo, como denunciou o Intercept, a participação das mulheres nas Olimpíadas e a descentralização dos serviços de combate à violência contra a mulher no Recife.

SÁBADO (7)

O Forró Para Todos convida todo mundo para arrastar o pé logo cedo, às 10h da manhã. O programa é fruto de uma parceria da Frei Caneca FM com outras emissoras públicas do Nordeste, trazendo uma seleção fina e apurada do que há de melhor no gênero. Para esta semana, ficaremos na companhia de Alceu Valença, Irah Caldeira, Nando Cordel, Adelmário Coelho, Dominguinhos e muito mais.

No final da tarde, às 16h, é hora de apreciar o Baião de Dois, que nesta semana traz o som envolvente da rabeca do Mestre Salustiano e de Luiz Paixão, o suingue sertanejo modernizado de Jessica Caitano, entre outros.

DOMINGO (8)

Às 9h da manhã, o Lab 101, espaço dedicado às produções universitárias, finaliza a veiculação do projeto Vozes Giselistas: as contribuições de Gisela Swetlana Ortriwano ao radiojornalismo e à comunicação, exibindo os episódios 11 e 12. Ao longo do mês de julho e agosto, você pôde acompanhar um pouco da trajetória de Gisela Ortriwano, uma das maiores referências do rádio brasileiro.

Logo em seguida, às 10h, o Batucada traz a nata do samba com Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Alcione, Grupo Terra e Camila Yasmine, além da homenagem especial a uma das maiores cantoras brasileiras, nossa querida Elis Regina. A "Pimentinha", como era conhecida, transitou em suas obras por muitos gêneros, como MPB, Bossa Nova, Jazz e Rock. O programa deste domingo enfoca a contribuição de Elis no samba.

A partir das 16h, você acompanha o Amplifica, que traz a cantora caruaruense Gabi da Pele Preta no show Sarau Delas, realizado no Centro de Produção Cultural do SESC Garanhuns, com apoio pela Lei Aldir Blanc. A apresentação, que conta com participações especiais de Isaar e Isadora Melo, faz um recorte do repertório que a artista vem desenvolvendo e apresentando desde 2017. Um show enérgico, permeado por reflexões sociopolíticas, contextualizadas com temas urgentes e contemporâneos.

No Reviva, às 19h, quem marca presença é a voz potente e dilacerante da rainha Elza Soares. Intérprete e dona de sucessos como “A Carne”, “Mulher do Fim do Mundo” e “Maria da Vila Matilde”, Elza é uma principais referências na luta pelo fim da violência contra as mulheres, utilizando sua arte como principal instrumento nessa batalha.

Você acompanha toda a programação no 101.5 FM ou aqui pelo nosso site.


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