Foto: Renata Pires
Por Luiz Rodolfo Cavalobo
Quando a conversa é a nova Música Popular Brasileira, não nos faltam referenciais de excelência, seja na música propriamente dita, na potência vocal, na composição de força. Complementa isso uma pluralidade identitária efervescente que é característica definitiva dessas gerações recentes. É o caso do cantor e compositor Almério, pernambucano do município de Altinho que, hoje, do alto dos 20 anos de sua carreira artística, é destaque no panorama nacional da arte que escolheu para viver e chamar de sua.
A celebração do marco veio em grande estilo: seu sétimo álbum, “Nesse Exato Momento”, chegou reunindo suas influências definitivas e tudo aquilo de criativo que o representa. São nomes como Maria Bethânia, Zélia Duncan e Juliano Holanda que o acompanham, sendo este último responsável pela produção do projeto. Um lançamento que, ainda recente, reforça o amor e a verdade na arte do artista.
Em abril, chegando para lançar o álbum em primeira mão, Almério foi recebido na FreiCa em um bate-papo especial com o apresentador Alex Carvalho para o programa BR-101.5. Abaixo você confere um trechinho!
Alex Carvalho: Eu vi em algumas entrevistas que você deu que já faz um tempo que você está trabalhando nesse disco, né? No mínimo, por cima, uns cinco anos.
Almério: É verdade. Eu fico dizendo três, porque fica parecendo mentira dizer que são cinco, mas é mais ou menos isso. Juliano Holanda, que é o diretor musical, ele sabe disso, das minhas loucuras. Porque, quando a gente lida com arte e a gente pensa que o que faz em casa, que é escrever sobre os arranjos, passar um dia inteiro pensando o arranjo de uma música, compondo uma música, ajeitando ela… escrevendo sobre clipes… A gente às vezes acha que isso não é trabalho. É um baita de um trabalho. Então, eu estou fazendo isso há muito tempo.
Alex: Eu sinto que o disco chega muito forte. A primeira música já é uma que te preenche, você escuta e já se enche de música, e ela traz uma religiosidade também que permeia todo o disco, né?
Almério: Exatamente. Eu abro para Exú. Exú é o orixá da palavra breve, do movimento. Exú é movimento, multiplicação, o que leva as mensagens da gente para o mundo e para os orixás. Então, eu canto para ele, que guia. Ele é o senhor do agora, e o disco se chama “Nesse exato momento”. Então, ele guia todo o disco com essa força. Lucas dos Prazeres tocando percussão, dizendo “Laroyê”, saudando a Exú com a voz dele. Para essa mensagem chegar, a gente tem que primeiro cantar para Exú. Então, isso veio lá do meu guia espiritual, o meu amigo Cláudio, que disse: essa música abre o seu álbum. Então, veio lá de dentro, da roça de Iemanjá, cantando para Exú, para o disco ganhar o mundo.
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Ficou a fim de escutar a entrevista na íntegra? Clica aqui para conferir. Lembrando que o #TBT101 é uma coluna em que, toda quinta-feira, vamos relembrar entrevistas e programas massa e importantes que já rolaram na programação da rádio pública do Recife.
Todas as entrevistas ficam disponíveis na sua plataforma de streaming favorita (Spotify, Deezer, Anchor ou YouTube).
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