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Batucada reverencia Aracy de Almeida

23.09.21 - 18H00
Foto de Aracy de Almeida, mulher, cabelo curto, vestindo uma camisa de gola alta, ao fundo uma parede estampada.

Conhecida como o “samba em pessoa”, Aracy foi uma das mais importantes intérpretes da música brasileira (Foto: Pinterest/reprodução)

Por Amauri Lins

O universo da música popular brasileira, enquanto um produto da sociedade em que está inserido, custou a reconhecer a importância da contribuição das mulheres no meio, quando muito, relegadas a um papel coadjuvante. Se hoje as trincheiras estão mais abertas, apesar da igualdade ainda ser um horizonte distante de ser alcançado, algumas figuras foram responsáveis por estar na linha de frente dessa batalha. O Batucada deste domingo (26), às 10h, presta uma homenagem a Aracy de Almeida, uma das mais importantes intérpretes do samba, que ajudou a romper com a hegemonia masculina no gênero.

São muitos os termos que definem Aracy: “Araca”, para os amigos mais próximos; “Dama da Central”, por causa de suas frequentes viagens de trem; “A Dama do Encantado”, em referência ao bairro em que morou no Rio de Janeiro; ou mesmo “O Samba em Pessoa”, apelido autodescritivo. Os registros biográficos de sua trajetória costumam colocá-la à sombra de Noel Rosa, compositor do qual é considerada a maior intérprete, e por quem nutria uma forte relação de amizade e parceria. Mas apesar de relevante, esse aspecto representa um fragmento no oceano de sua obra.

Nascida no dia 19 de agosto de 1914, Aracy teve o primeiro contato com a música através dos hinos religiosos da Igreja Batista que frequentava com a família. Ao mesmo tempo, escondida dos pais, cantava para as entidades em terreiros de candomblé. Na década de 1930, iniciou profissionalmente na Rádio Educadora, onde viria a conhecer o Poeta da Vila, Noel Rosa. A amizade se revelou frutífera e, após a morte precoce de Noel, Aracy se tornou a principal guardiã e difusora de seu legado.

Ao lado de Carmen Miranda, tornou-se uma das principais cantoras de samba dos anos 1930. Adepta da vida boêmia, era reconhecida por sua erudição, seja pelo apreço à música clássica ou o interesse em leituras de psicanálise. Era consumidora da arte de grandes pintores brasileiros, como Di Cavalcanti, com quem mantinha amizade. Nos últimos anos de sua vida, participou como jurada em diversos programas de calouros nas principais emissoras nacionais de televisão. Faleceu no Rio de Janeiro aos 73 anos, vítima de um edema pulmonar, no dia 20 de junho de 1988.

SEXTA (24)

O Mulher na Caneca, ao meio-dia, recebe Tania Bacelar. O tema é o aumento dos preços e o impacto da inflação no bolso das mulheres brasileiras. Economista, socióloga e doutora em Economia pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, Tania tem em sua trajetória passagens pela gestão de instituições como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Secretaria de Planejamento e da Fazenda do Estado de Pernambuco.

No Giro Nordeste, às 16h, o convidado é Sidarta Ribeiro, neurocientista, biólogo e professor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Um olhar científico sobre os sonhos e o uso medicinal da maconha são alguns dos temas abordados na entrevista. Sidarta é também professor de capoeira e autor de diversos livros, entre eles “O Oráculo da Noite”, que trata da história e da ciência dos sonhos. Desenvolveu pesquisas do imaginário e das relações entre os processos cerebrais e a capacidade de idealizar o que normalmente indicamos como uma informação verdadeira.

SÁBADO (25)

O primeiro dia do final de semana é dedicado à expressão musical do Nordeste. A união das emissoras públicas dos nove estados da região, encabeçadas pela Rádio Educadora da Bahia, reúne clássicos e contemporâneos de estilos musicais que tanto representam o Nordeste. No Forró para Todos, às 10h, temos participações ilustres e consagradas como Elba Ramalho, Flávio José, Targino Gondim e Luiz Caldas. E no Baião de Dois, às 16h, é a vez de curtir ao embalo de Casas Populares da BR-232 e Djavan.

DOMINGO (26)

No Lab 101, às 9h, vai ser finalizada a veiculação do projeto Artigos Falados, com exibição dos episódios 8, 9 e 10. O podcast busca facilitar o acesso de pessoas com deficiência visual a pesquisas científicas e ao conhecimento produzido dentro das universidades. A ideia, desenvolvida pela estudante Carla Nogueira, surgiu a partir da disciplina de Oficina de Texto para as Mídias Sonoras, oferecida no curso de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, no Centro Acadêmico do Agreste, no primeiro semestre de 2018. No último episódio, você vai ouvir ainda uma entrevista de Carla com um dos autores do artigo que foi adaptado para as mídias sonoras.

E o Amplifica, às 16h exibe os melhores momentos do Circuito Aurora Instrumental 2021, com shows do Quarteto Encore, o duo Paula Bujes e Pedro Huff, Alexandre Rodrigues e Pife Urbano, e o projeto “O Sopro e a Percussão”, do percussionista Gilú Amaral. O evento, que se consolidou como importante palco de expressão da diversidade, tradição e renovação da música instrumental pernambucana, foi contemplado com patrocínio da Lei Aldir Blanc para realizar a transmissão dos concertos musicais.

Toda a programação está disponível pela 101.5 FM ou aqui em nosso site.


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