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Patrimônio Vivo de Pernambuco em pauta no Mulher na Caneca

26.08.21 - 17H30
Foto de Mãe Beth de Oxum, mulher negra, com dreads, blusa estampada colorida, sentada em um sofá, com as duas mãos segurando um colar, olhando para o horizonte e esboçando um sorriso. Ao fundo, uma parede amarela.

Primeira ialorixá a receber o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, Mãe Beth de Oxum tem uma vida dedicada à luta social e à militância cultural e religiosa (Foto: Rafael Martins/Believe.Earth)

Por Amauri Lins

"Venho aqui anunciar / que o coco tem ciência / na Jurema e no terreiro / o coco traz consciência", canta Mãe Beth de Oxum, em uma de suas músicas mais emblemáticas. Os versos sintetizam a importância do coco de roda para a comunidade que o acolhe, servindo como força motriz para os trabalhos sociais, políticos e culturais. Nascida em 12 de março de 1964, mesma data do aniversário da cidade de Olinda, Maria Elizabeth Santiago de Oliveira possui uma vida inteira de dedicação à cultura popular. Iniciou na percussão junto aos terreiros de candomblé, passando a circular entre grupos de frevo, ciranda, afoxé e maracatu.

Há cerca de 30 anos, Mãe Beth fundou o Ponto de Cultura Coco de Umbigada, no bairro do Guadalupe, em Olinda, onde também está localizado o Ilê Axé Oxum Karê, terreiro do qual é a regente espiritual. Como educadora, está à frente do LABCOCO - Laboratório de Tecnologia e Inovação Cidadã, projeto que une tecnologia e ancestralidade, oferecendo cursos e formações para fomentar a geração de emprego e renda de jovens em situação de vulnerabilidade social.

No último dia 12 de agosto, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC) concedeu a Mãe Beth de Oxum o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, junto a outros cinco mestres e mestras de notório saber da cultura do nosso estado. Apesar de consagrada e respeitada por todos que acompanham sua trajetória, o reconhecimento representa um respaldo importante pela via institucional. O título se soma à medalha da Ordem do Mérito Cultural, recebida por Mãe Beth em 2015, das mãos da presidenta Dilma Rousseff.

Para falar um pouco sobre a recente titulação, além de outros aspectos de sua atuação política, religiosa e cultural, Mãe Beth de Oxum é a convidada do Mulher na Caneca desta sexta-feira (27), que começa ao meio-dia. As jornalistas Clareana Arôxa e Inamara Mélo, com o auxílio luxuoso de Claudia Parente, também debatem a semana agitada em Brasília: apoio de parlamentares ao STF, o pedido negado do impeachment de Alexandre de Morais e as manifestações marcadas para o 7 de setembro.

SEXTA (27)

Pegando carona na boleia do BR 101.5, às 9h, você confere uma entrevista com Daniel da Quixabeira, músico, compositor e sambador do interior baiano, que lançou recentemente o álbum "Doismilivinte". Realizada no período de pandemia, a obra traz consigo um repertório diverso, que simboliza o caos, a mistura, a profanação, a desconstrução, mas ao mesmo tempo representa a preservação “do que quase nos foi tirado". O álbum aborda também as ancestralidades em nossa carne viva, sobre como elas nos conduzem a caminhos a serem seguidos ou evitados.

Às 16h, no Giro Nordeste, a antropóloga, cientista e militante feminista Debora Diniz comenta sobre a vulnerabilidade das mulheres durante a pandemia, a falta de proteção social, o acúmulo de responsabilidades e a violência doméstica. Debora saiu do país após sofrer ameaças de morte em 2018, quando liderou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pela descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez.

SÁBADO (28)

E pra começar o final de semana com a animação lá em cima, o Forró para Todos, às 10h, traz a nata do pé de serra nordestino. Geraldo Azevedo, Flávio José e Nádia Maia vão fazer o coração apertar de saudade daquele clima de São João.

No fim da tarde é hora de curtir o Baião de Dois, às 16h, com o rap repente de Jessica Caitano e seu suingue sertanejo modernizado, que divide espaço com a música popular de Chico César, Caetano Veloso e muito mais.

DOMINGO (29)

Às 9h, o Lab 101 vai matar um pouquinho a saudade de uma das grandes paixões do povo pernambucano, o futebol. Com a pandemia da Covid-19, a presença do público nos estádios foi proibida, em razão de medidas de biossegurança para conter a propagação do vírus. Como ainda estamos distantes de uma realidade segura para o retorno às arquibancadas, vamos trazer o campo mais pra perto com a série de reportagens "Futebol: Uma paixão midiática e as preferências dos torcedores pernambucanos". O projeto foi realizado por João Durant, do curso de Jornalismo do Centro Universitário Aeso Barros Melo.

Logo em seguida, às 10h, o Batucada faz reverência aos sambas de João Bosco. Mineiro da cidade de Ponte Nova, João Bosco é cantor, compositor e violonista. Diversas parcerias atravessaram os seus mais de quarenta anos de carreira, a maior delas com Aldir Blanc, com quem compôs mais de uma centena de canções. No programa você ouve ainda clássicos como Beth Carvalho, Almir Guineto, Noriel Vilela e Fundo de Quintal.

No Amplifica, às 16h, você fica na companhia de Isaar, com o show realizado no Festival Quarta Cinza Rock, o primeiro registro audiovisual do álbum "Azul Claro". Com uma longa estrada nas rodas de musicas tradicionais, Isaar integrou a banda Comadre Fulozinha, cantou com António Carlos Nóbrega, Naná Vasconcelos, nos projetos de Ariano Suassuna, nas peças de José Celso Martinez e com DJ Dolores, com quem gravou dois discos. Hoje está em processo de produção do seu quarto trabalho solo.

Toda a programação está disponível pela 101.5 FM ou aqui em nosso site.


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