O cantor Jáder, em performance no palco do Teatro Guararapes, durante o Coquetel Molotov 2021.
Por Johnny de Sousa
Na última quarta-feira (18) foi anunciada a data da décima nona edição do No Ar Coquetel Molotov, previsto para acontecer no dia 19 de novembro deste ano e já sendo um anúncio extremamente significativo, por representar o retorno do festival aos ambientes abertos e às suas estruturas magnânimas de festivais de música de grande porte. No entanto, em 2021, sempre nos costumes do mês de novembro, a emoção do Molotov retornou aos palcos numa estrutura diferente, trazendo um line up lindo para as paredes do Teatro Guararapes, localizado em Olinda.
Dois dias antes da primeira edição “pós-isolamento” do festival, a pilota do BR-101.5, Gabriele Alves, bateu um papo com a diretora do Molotov, Ana Garcia, juntamente com a ilustre presença de Benke Ferraz, guitarrista dos Boogarins, banda programada para tocar naquela noite. Muitas coisas percorreram a volta do festival ao público presencial, da saudade efervescente que se tinha dos shows e memórias calorosas do Molotov, até a grande polêmica que foi a realização da edição de retorno num teatro.
Gabriele: Depois dessas experiências virtuais que vieram com o isolamento, como tá aquele sentimento de “volta ao presencial”?
Ana: Ai…é…. Bom, é uma loucura, né? Quando se pensava em algo para as lives e exposições remotas, tínhamos um pensamento totalmente voltado para o audiovisual, assim como uma equipe que sabia lidar com essas burocracias. Inclusive, esses profissionais já estavam acostumados ao formato digital, e, quando voltaram para o formato presencial do evento, foi muito bonito ver esse processo de readaptação. Mesmo sendo emocionante ver a volta da produção e das visitas técnicas, tem sido um desafio grande, também. Ainda estamos em pandemia e precisamos prezar pela segurança máxima de todo mundo. A gente recebe altos vídeos de festas lotadas, com a galera em pé, sem máscara… poxa, eu me sinto meio pateta, porque acho que devia tá voltando a fazer os eventos nessas estruturas, com vários protocolos. Mas sinto que estamos fazendo nossa parte, e tudo sendo em favor de um evento lindo que, enfim, está voltando.
Gabriele: Queria rebater essa pergunta para Benke. Como é voltar aos palcos com o Boogarins?
Benke: É um festival de emoções (risos). Boogarins ainda lançou dois discos na pandemia, mesmo colocando tudo aquilo que sobrou de umas gravações, e tal… mas não significa que ficamos parados nesse tempo. Fazemos reuniões, ensaiamos quando dá… e nisso a gente percebeu que precisávamos reformular nossos shows, porque uma apresentação de três horas não dá em um festival. Tinha muita coisa lançada que não queríamos deixar de fora, então, junto com Ana, pensamos na melhor forma de entregar um show novo, mas que fizesse sentido num festival. O mercado do entretenimento, principalmente da música, foi muito afetado, e essa volta do circuito precisa ser movimentada de modo fluido, sem perder nada. Como Ana falou, vimos muitos shows abertos, cheios de gente, acontecendo da forma que a gente queria, mas precisamos mesmo é voltar aos poucos, em segurança, para que não pare novamente.
Gabriele: Esse retorno foi muito marcado por uma grande dúvida, por parte do público, que estranhou o Molotov acontecendo num teatro. Mas gente, foi assim que tudo começou (risos). Então, Ana, conta para a gente sobre o histórico do Molotov nos teatros e como tá pra ser esse retorno à essas casas?
Ana: Pois é, foram 10 anos rolando no teatro, gente. Tivemos apenas uma edição no Teatro Guararapes, antes, e foi histórica, ao mesmo tempo que bem traumatizante pra mim (risos). Tivemos problemas com o voo de alguns artistas, e eu, que era produtora na época, fiquei louca atrás da liberação de passagens, re-emitindo as passagens aéreas, foi um caos! Mas hoje temos uma equipe muito maior, e fico feliz em poder ver essa nova edição, no mesmo teatro, como diretora.
Ficou a fim de escutar a entrevista na íntegra? Clica aqui pra conferir. Lembrando que o #TBT101 é uma coluna em que toda quinta-feira vamos relembrar entrevistas massas e importantes que já rolaram na rádio pública do Recife.
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