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#TBT101 | Tumaraca - Encontro das Nações, com Paz Brandão

25.01.24 - 10H09
25/01 - BR-101.5 | Tumaraca - Encontro das Nações, com Paz Brandão

(Foto: Divulgação/PCR)

Por Bárbara Bittencourt

Conhecido como o encerramento do período pré-Carnaval e o abre-alas do Carnaval do Recife, este ano o Ubuntu e o Tumaraca - Encontro de Nações foram abraçados como tal. Ao antecipar a festa da sexta-feira para a quinta-feira, dia 8 de fevereiro, a capital pernambucana integrou os espetáculos oficialmente na programação, reconhecendo sua importância para a festa de momo recifense.

A cerimônia Ubuntu é a reunião de 26 afoxés para a purificação das ruas e transmissão de boas energias para o Carnaval, pedindo pela proteção dos orixás em um desfile pelo Passeio Rio Branco, no Bairro do Recife. Logo após, acontece o Tumaraca, um grande encontro de 13 nações de Maracatu de baque virado, que percorrem o Recife Antigo, saindo da Rua da Moeda até o Marco Zero em um tributo às comunidades de matriz africana. Assim são encerradas as atividades pré-Carnavalescas do Recife.

No ano de 2023, Gabriele Alves recebeu Paz Brandão, uma das coordenadoras do Tumaraca, no BR-101.5 para falar sobre o espetáculo e o retorno das atividades carnavalescas após o período de pandemia. Você confere um trechinho dessa conversa a seguir:

Paz Brandão: Eu digo que hoje essa celebração que acontece no Marco Zero é o ápice de tudo que a gente vive. Ele é só um pouquinho da amostra do que, na verdade, a gente pode vivenciar visitando as comunidades. E quem pode estar junto, quem viveu esse momento, sabe o que eu estou dizendo: não é brincadeira. Vou usar uma frase do mestre Luiz de França que diz que “Carnaval tem seus direitos e quem não pode com ele não se meta”. E a gente se mete, mas se mete de corpo e alma, porque a gente pode, a gente vive, a gente é esse carnaval, sabe? E esse carnaval de que eu falo, é isso: é vivido na comunidade, não para, repete, volta, “assim presta”, “assim não dá”, “assim cola”, e nas tretas que são resolvidas. E hoje [dia do Tumaraca] é só o resultado dessa construção que a gente chama Carnaval. 

E foi muito bom viver isso, gente. Eu quero agradecer a cada um que se empenhou, que mesmo com toda a dificuldade… Na real, a gente está meio enferrujado. Parecia que a gente não sabia mais o que era fazer carnaval, mas a gente sabe. É feito andar de bicicleta, quem aprende não esquece. Mas exercitar de novo, voltar a pedalar de novo leva um tempo, sabe? Leva um fôlego diferente. Tivemos que contar com muita paciência de todo mundo. Ninguém é a mesma pessoa depois desses dois anos que a gente viveu. Não dá para tratar tudo como antigamente. Ninguém é. Então, todo mundo está se descobrindo mesmo nesse processo de troca. E foi muito bom descobrir a participação mais intensa de mestres e mestras nessa visita, na sede de cada um, de se permitir conhecer o outro no seu íntimo, na sua sede, tirando toda essa rivalidade que eles vivem daqui a dois dias, que é no concurso de agremiações.

Gabirele Alves também pede a Paz Brandão que fale um pouco mais sobre o Tumaraca e sua importância para o Recife.

Gabriele Alves: Eu tava aqui comentando com Paz antes da gente começar a entrevista, sobre contextualizarmos o Tumaraca para quem não tem muita proximidade, quem tá aí do outro lado e acabou de chegar no Recife. Acho que vale também a gente explicar que o dia todo é muito ritualístico pra comunidade afro.

Paz Brandão: Sim, hoje é um dia especial porque, na verdade, o Carnaval é feito pela energia do povo da rua, e o povo de matriz africana é quem bem sabe cultuar, respeitar e pedir licença a esse povo da rua.

 

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Ficou a fim de escutar a entrevista na íntegra? Clica aqui pra conferir. Lembrando que o #TBT101 é uma coluna em que, toda quinta-feira, vamos relembrar entrevistas e programas massas e importantes que já rolaram na programação da rádio pública do Recife.

Todas as  entrevistas ficam disponíveis na sua plataforma de streaming favorita (SpotifyDeezerCastboxGoogle PodcastsAnchor ou Mixcloud, além do YouTube).


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