Patrícia Palumbo comenta sobre a importância da sociedade civil na construção das rádios públicas (Foto: Divulgação)
Por Bárbara Bittencourt
No último dia 7 de novembro foi comemorado o Dia do Radialista. Instituída em 2006, pela Lei nº 11.327, a data homenageia o músico, compositor, escorpiano e radialista Ary Barroso (1903-1964), se referindo ao seu aniversário.
Natural de Ubá, Minas Gerais, Ary é o autor da famosa música “Aquarela do Brasil”, uma das melhores de suas mais de 500 músicas e sambas-exaltação. Filho de João Evangelista Barroso e Angelina de Resende, fez sucesso na locução esportiva, com sua gaita tocando a cada gol feito. Mas como uma só forma de expressão não era suficiente para ele, Ary transitou entre a música, o rádio, a TV e o cinema, ficando marcado na história da comunicação brasileira.
É por isso que, no TBT desta semana, exaltamos o Dia do Radialista, relembrando a entrevista feita por Gabriele Alves, no BR-101.5, com a jornalista e radialista Patrícia Palumbo em 2022.
Formada em Jornalismo pela PUC/SP, Patrícia Palumbo atua no rádio desde os 18 anos, acumulando prêmios e contribuições marcantes para o radialismo. Na década de 90, criou o programa Baleia Azul no litoral norte de São Paulo e, há 24 anos, fundou o programa Vozes do Brasil, que já esteve no ar em 11 emissoras públicas e universitárias espalhadas pelo Brasil. Desde 2020, apresenta o podcast Peixe Voador sobre literatura, poesia, música e cotidiano. Patrícia esteve no Recife, em maio de 2022, para prestigiar o Porto Musical, uma conferência musical que acontece a cada dois anos na capital pernambucana, do qual participou junto à Gabriele Alves.
Confira um trecho da entrevista abaixo:
Gabriele Alves: Estamos recebendo Patrícia aqui porque, mais tarde, tem a conferência “Rádio: prestação de serviços ou comercialização de concessão pública? As diferentes percepções da programação radiofônica”, do Porto Musical, no Cais do Sertão. Ela fará a mediação de uma conversa comigo e Lucy Moretti, da rádio Mix do Rio de Janeiro, com participações especiais de Fabiane Pereira e Luciano Matos. Eu poderia virar para você e perguntar: “E aí, Pat?”, mas tem coisas que só estando lá para saber, né! (risos)
Patrícia Palumbo: Assunto seríssimo! Acho que a questão do rádio no país passa, inicialmente, por essa questão das concessões e pelo uso das rádios públicas. Não podemos deixar de aproveitar a ocasião para convocar a sociedade civil para ocupar esses espaços e cobrar dos seus representantes. Precisamos votar direito para governador, prefeito, vereador, para formar o Congresso Nacional. É a partir daí, dessa nossa força enquanto sociedade civil, que podemos fazer uma transformação do Brasil. E essa transformação passa, sem dúvidas, pela Comunicação. Rádio é um veículo formador e fundamental, que chega dentro da casa das pessoas com o maior aconchego, carinho e intimidade. É a partir disso que podemos mudar um pouco esse país. Mudar muito!
Gabriele Alves: No rádio, nunca é só sobre pedir uma música. Ouvir, compartilhar, falar da importância dela é importante também, né, Pat?
Patrícia Palumbo: Exatamente. Eu acho que o nosso papel enquanto comunicadores é algo que todo ser humano faz. A gente é feito do diálogo, a gente é feito para conversar, para trocar, para compartilhar. E acho que isso é importante, que a gente compartilhe as melhores mensagens possíveis. Eu sou Odara mesmo, todo mundo já sabe disso! Vamos compartilhar as boas notícias, o bem, aquilo que é possível causar transformação nas pessoas. E isso se faz também não só conversando com os ouvintes pelo Whatsapp, mas também contando para a sua mãe, seu pai, sua tia que as coisas podem ser diferentes, que o som da Frei Caneca FM é diferente, que não é só o que toca na rádio mais famosa da cidade que é interessante. A curiosidade é um negócio fundamental.
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Ficou a fim de escutar a entrevista na íntegra? Clica aqui pra conferir. Lembrando que o #TBT101 é uma coluna em que relembramos, toda quinta-feira, entrevistas e programas importantes que já rolaram na programação da rádio pública do Recife.
Todas as entrevistas ficam disponíveis na sua plataforma de streaming favorita (Spotify, Deezer, Castbox, Google Podcasts, Anchor ou Mixcloud, além do YouTube).
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