O papel da Comunicação Pública no Brasil, os sucessos e percalços dessa história no país, foram o tema da conversa que Nice Lima teve com o jornalista e sociólogo, Laurindo Leal Filho. O escritor, entrevistado no Salada Pop, no dia 11 de junho, também discorreu sobre o seu mais recente livro "A Mídia Descontrolada: Episódios da Luta contra o Pensamento Único".
Um dos pontos ressaltados por Laurindo, também conhecido como Lalo, foi a potência do trabalho em rede, que pode ser feito pelas emissoras públicas de comunicação. “A importância de se levar pro Sul e Sudeste do país as realizações econômicas e culturais do Nordeste, por meio do fortalecimento da rede de rádios e televisões públicas no Brasil… se a televisão e as rádios do Nordeste pudessem chegar ao Rio, São Paulo e Rio Grande do Sul poderiam romper com uma série de preconceitos”, disse.
Sobre a sustentabilidade das rádios e televisões públicas, o sociólogo ressaltou a importância de diversificar o recebimento de recursos. “As emissoras públicas deveriam ser garantidas por várias fontes de financiamentos, para que não ficasse presa a um financiador que quisesse exercer pleno poder sobre a emissora. Mas os estados têm obrigação de financiar a comunicação pública, que é tão importante para a democracia. É preciso ficar claro que esse dinheiro não pode ser visto como custo, despesa, ele é investimento na democracia”, comentou.
A respeito do livro, que reúne artigos produzidos entre 2010 e 2018 sobre a comunicação no Brasil, Laurindo explica: “A mídia no Brasil se estabeleceu como empresas comerciais e nas democracias avançadas, como na Europa, as mídias são controladas, mas não como uma censura, mas são controladas para que haja espaço para as mais diferentes vozes da sociedade. O livro é para lutar pelo controle que garanta a diversidade de pensamento”.
Confira a entrevista completa:
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