A noite de segunda-feira (05) foi coisa de cinema na Rádio Pública do Recife. O Debates Culturais, do programa Revista Difusora, discutiu “Cinema pernambucano - a relação dos clássicos da vanguarda com as produções da atualidade”. Para isso foram escalados três artistas do audiovisual brasileiro: Kátia Mesel, Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho. Além de marcantes produções para o cinema, os convidados compartilham a origem pernambucana.
Durante uma hora, pontos importantes sobre o cinema nacional foram levantados, mencionando as contribuições de Pernambuco ao cenário. Kátia Mesel relatou o perfil do público no estado como muito fiel e curioso. Características que terminam por impulsionar a qualidade das produções, não só no meio técnico, mas também nas temáticas trazidas às telas. E mesmo com aumento da produção audiovisual, atribuído ao acesso facilitado às ferramentas de captura e edição de vídeos, a qualidade não é afetada. Muito pelo contrário, é a heterogeneidade das produções pernambucanas que traz o “tempero” para o cinema.
Kleber Mendonça Filho mostrou também o caráter pessoal das temáticas produzidas por pernambucanos(as). O que reflete na ausência de produções mais comerciais, como o gênero de comédia romântica, por exemplo. Relatando sua experiência com cinematografia, Juliano Dornelles indicou o ramo audiovisual como uma plataforma democrática, quando se ver livre das amarras da produção clássica com películas, pois facilita a veiculação de uma diversidade de narrativas.
O debate, conduzido pelo apresentador, também músico e ator, Júnior Black, não deixou de trazer à tona as perspectivas para a produção cinematográfica, baseando-se na atual situação nacional de desmonte da cultura. Receosos de terem que voltar ao antigo modelo antigo de produção, onde não havia aporte governamental, os convidados pontuaram a importância do audiovisual na geração de empregos diretos e indiretos. Indicando, também, que as conquistas para o setor não devem sofrer retrocessos, e os direitos precisam permanecer garantidos, independente da vigente e crescente deslegitimação e desrespeito aos artistas no Brasil.
Quem perdeu a transmissão ao vivo da entrevista, ainda pode conferi-la através da live no Fabebook da Frei Caneca FM: facebook/freicaneca (link abaixo).
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