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Jornalistas da Espanha e EUA dão informações sobre COVID-19

20.04.20 - 16H59
Juliana Fonseca, à esquerda, e Patrícia Cassimiro, à direita, são brasileiras e moradoras dos Estados Unidos e Espanha, respectivamente. Fotos: Acervo Pessoal

Juliana Fonseca, à esquerda, e Patrícia Cassimiro, à direita, são brasileiras e moradoras dos Estados Unidos e Espanha. Fotos: Acervo Pessoal

Os Estados Unidos e a Espanha são os países que atualmente reúnem o maior número de casos do novo coronavírus, 772 mil e 200 mil, respectivamente. Para falar sobre o cenário em cada um, na tarde desta segunda (20), Priscila Xavier entrevistou na live da Frei Caneca FM as jornalistas brasileiras Patrícia Cassimiro, que mora em Barcelona, na região espanhola da Catalunha, e Juliana Fonseca, habitante de Nova Jersey, no país norte americano.

A Espanha, que enfrenta a sexta semana de quarentena, impõe medidas austeras para evitar a circulação das pessoas, podendo até multar ou prender os cidadãos que descumpram as regras. Com o marido médico, integrando os esforços da linha de frente no combate ao SARS-CoV-2, Patrícia contou que todos as noites se emociona com a homenagem aos profissionais de saúde, com palmas e cantos das varandas dos prédios. O ato ocorreu exatamente no início da entrevista com a brasileira e foi mostrado para quem acompanhava. "Meu marido e minha cunhada são médicos, estão na linha de frente, e é muito difícil. Todo dia que ele sai por aquela porta é uma grande pressão pra mim, apesar do grande orgulho, e um alívio quando ele volta, porque realmente é como se tivesse voltado de uma guerra", descreveu.

O presidente espanhol, Pedro Sanchez, anunciou recentemente que será feita uma terceira prorrogação quanto ao isolamento social, até o dia 9 de maio, e o país começa a dar indícios da reabertura de algumas atividades, conforme contou Patrícia Cassimiro. "A previsão é que a partir do dia 27 de abril comecem a reabrir, aos poucos, alguns serviços e comércio, mas com todos os cuidados, como distanciamento e uso de máscaras. As crianças também vão poder sair, mas com várias regras, faixa horária por idade e acompanhada por um adulto, por exemplo", disse, reiterando a posição oficial, "mas o presidente falou também que se tiver uma segunda onda podem voltar a restringir".


Nos Estados Unidos, Juliana Fonseca apresentou as estatísticas locais. Moradora de Nova Jersey, que fica há cerca de 30 minutos de Nova Iorque, principal cidade afetada no país, a jornalista informou que o estado em que habita registrou, até o momento, 85 mil casos e 4,2 mil mortes, enquanto Nova Iorque tem 242 mil confirmados e 17 mil mortes.

Gestora de redes sociais, Fonseca contou sobre a mudança de rotina, já que ela e a família estão em isolamento social desde o dia 13 de março. "Diferente da Espanha, aqui a gente pode sair na rua para fazer exercício ao ar livre, pode sair para passear com cachorro, sempre mantendo a distância de dois metros de qualquer pessoa que você encontre na rua. Mas os serviços essenciais você só consegue acessar, se estiver usando máscara e luva", comentou.

Com duas filhas, de 14 e 11 anos, Juliana menciona os novos formatos para manter os estudos em dia. "Para as crianças é muito mais difícil. Mas as minhas filhas estão tendo atividades online, cada uma com um notebook cedido pela escola pública, e tem reuniões virtuais, que são momentos lúdicos com os colegas. Mas ainda não temos certeza de quando voltam pra escola. A previsão, inicialmente, é de que o retorno das aulas seja em 15 de maio", explicou.

Juliana comentou ainda sobre o plano anunciado pelo presidente Donald Trump para a reabertura do país. "Isso vai acontecer em fases. Hoje ouvi o governador de Nova Iorque falando que os principais números para que essa reabertura comece são os de internamentos. Quando esses números começarem a cair, o gráfico começa a descer e aí essas ações começam a ser implantadas", falou.

Ambas trataram da importância de ficar em casa, uma vez que ainda não existe vacina para combater o vírus, e reforçaram a importância da solidariedade. Juliana integra um grupo de moradores que promovem ações de cuidado para com os moradores e trabalhadores da saúde e começou a costurar máscaras. Já Patrícia, disse que ajuda os vizinhos e procura saber do que eles precisam. "Você precisa ajudar aquela pessoa que tá perto ou não de você, porque se ela não tem acesso à saúde, ela pode contaminar outras pessoas".

Enquanto isso, no Brasil, os hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Amazonas e Ceará já se aproximam do colapso, com a falta de leitos para atender aos doentes. Em Pernambuco mais de 95% das UTIs públicas estão ocupadas e o Governo do Estado vislumbra a requisição de leitos da rede hospitalar privada.

A conversa no Instagram da Frei Caneca FM (@freicanecafm) fica disponível por 24 horas, até as 16h desta terça-feira, 21 de abril.


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