(Foto: Rafael Passos)
O "Faixa Especial" dessa semana homenageia Zé Ramalho, que completa 70 anos nessa quinta-feira (03). Nascido em Brejo da Cruz (PB), em 1949, Zé Ramalho perdeu o pai ainda bebê e teve em seu avô uma importante referência, mais tarde explicitada na música "Avohai". O programa irá ao ar às 20h.
Uma das primeiras gravações do cantor foi em Recife, na gravadora Rozenblit. Em parceria com Lula Côrtes, Zé Ramalho gravou "Paebirú", disco inspirado nas lendas que cercam a Pedra do Ingá (PB) e que hoje é cultuado internacionalmente por seu experimentalismo.
Acompanhando Alceu Valença na viola caipira, Zé Ramalho desceu para o Rio de Janeiro, na década de 70, de fusca. Lá fizeram o show "Vou Danado Pra Catende", junto com a banda Ave Sangria, registrado no disco "Vivo!", de Alceu.
Em 1978, após várias dificuldades financeiras e recusas de gravadoras, o cantor lançou seu primeiro disco solo, com os sucessos "Avohai" e "Chão de Giz".
Em 1979, sai o seu segundo disco, "A Peleja do Diabo com o Dono do Céu". A capa, com a presença de Zé do Caixão, foi rejeitada pela gravadora mas, graças à teimosia do artista, terminou sendo aprovada. O disco contém os sucessos "Admirável Gado Novo" e "Garoto de Aluguel".
"Frevo Mulher" é uma de suas músicas mais emblemáticas. Criada para a cantora cearense Amelinha, esta canção deu início a um novo gênero dentro da MPB, o agalopado. Zé Ramalho também produziu o disco "Vinte Palavras Ao Redor do Sol", da paraibana Cátia de França.
Em termos de poesia, o cantor possui uma conexão muito forte com a literatura de cordel. Foi com grandes poetas populares que ele aprendeu as métricas e as rimas típicas do Nordeste.
Outra influência importante em sua vida foi o rock e a Jovem Guarda. Seu primeiro grupo se chamava Os Jets, criado no colégio. "Desde a primeira vez que subi num palco pra tocar meu primeiro baile, nunca tive dúvida de que era isso que eu queria fazer", afirma Zé em entrevista.
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