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Mombojó celebra 15 anos do “Nadadenovo” no Palco Frei Caneca FM

03.10.19 - 18H19
Foto: Luan Cardoso

Banda encerra a programação desta sexta (4) no palco armado em frente à Torre Malakoff. Foto: Luan Cardoso

Texto: AD Luna

Com uma sonoridade que unia elementos da bossa nova, jazz, rock, música eletrônica e samba, letras existenciais entoadas com forte sotaque local e embaladas por certa melancolia refinada, o disco "Nadadenovo", da Mombojó, tornou-se um clássico da música pop pernambucana e brasileira. Para comemorar os 15 anos da obra, o outrora septeto e hoje quinteto lançou versão em vinil pelo Três Selos (EAEO, Assustados Discos e Goma Gringa), e montou show no qual passeia por todas as faixas do álbum. É com essa celebração musical que o Mombojó encerra a programação desta sexta, 4 de outubro (sexta-feira), do Palco Frei Caneca FM, que integra o Festival Rec'n'Play. A estrutura vai ser armada em frente à Torre Malakoff, Bairro do Recife. O evento é aberto ao público e gratuito.

"Esse vai ser o primeiro show de comemoração do relançamento do 'Nadadenovo', no Recife", diz Felipe S, vocalista e guitarrista. De acordo com ele, a decisão de montar a apresentação surgiu em razão dos vários pedidos que a banda recebia de fãs e admiradores que possuem Brasil afora. Completam a formação do Mombojó, Chiquinho (teclado e sampler), Marcelo Machado (guitarra), Missionário José (baixo) e Vicente Machado (bateria).

As celebrações em torno do "Nadadenovo" têm feito os músicos refletirem sobre os ventos da impermanência e do bailar das mudanças. "A gente era muito jovem, não pagávamos contas e morávamos nas casas dos nossos pais. O Brasil era um país onde havia mais incentivo à cultura", relembra Felipe, com ar de quem sente saudades do passado. Mas, logo em seguida, o tom lamentoso e cinza é substituído por novas cores. "É muito bacana poder refazer, reconstruir esse show, com a mesma instrumentação usada na época", ressalta.

O CD "Nadadenovo" foi distribuído nacionalmente e encartado na revista OutraCoisa, dirigida pelo músico Lobão. Mas, antes disso, o Mombojó disponibilizou todas as faixas gratuitamente em seu site oficial. Boa parte do incentivo que fez com que as músicas viajassem pela rede mundial de computadores partiu do designer H.D Mabuse - uma das cabeças por trás da criação do manguebeat - e do professor Luciano Meira, que era empresário do Mombojó. Mabuse, inclusive, também foi responsável por produzir a capa do disco, junto com sua companheira, Haldée Lima. "A gente achou que realmente seria uma boa maneira de atingir um número maior de pessoas", recorda Felipe.

A estratégia deu certo. Diferente do que acontece em nossos dias - quando milhões de músicas são disponibilizadas diariamente na internet, algo bastante comum - a iniciativa dos rapazes chamou atenção, contribuindo para que mais olhos e ouvidos se voltassem para o primeiro trabalho fonográfico do grupo. A produção musical foi feita no Recife, sob o comando de Igor Medeiros e do duo Mad Mud (Leo D & William P). A masterização ocorreu em São Paulo.

Felipe lembra ainda que, em 2004, muita gente tinha receio de que as músicas fossem roubadas quando expostas ao mundo virtual. "A tecnologia é uma metamorfose ambulante. E não tem jeito: você precisa se adaptar às ferramentas que estão disponíveis no seu tempo e tentar fazer isso da maneira mais fluida possível", aconselha.

Também na programação – Ainda na sexta (4), subirão ao Palco Frei Caneca FM, Semente de Vulcão, às 20h; Às 21h, o grupo Estesia, formado pelos produtores musicais Pachka (Miguel Mendes e Tomás Brandão), o cantor e compositor Carlos Filho e o iluminador cênico Cleison Ramos, trarão ao Palco Frei Caneca FM os beats e luzes de seu espetáculo imersivo, contemplativo e sinestésico. Às 22h, é a vez do multi-instrumentista Samico, que após duas décadas de experiência nos bastidores e palcos da música brasileira, ao lado de nomes como Lula Queiroga e Marsa, lançou recentemente o seu primeiro disco solo, intitulado "Samico".

No sábado (5), tem show do DJ Dolores, apresentando o seu novo álbum, Recife 19, que foi lançado recentemente em turnê européia, com participação da cirandeira, patrimônio vivo de Pernambuco, Lia de Itamaracá. A noite terá também Triinca,
o bregafunk de Rayssa Dias e a banda Casas Populares da BR-232, que está circulando com o espetáculo de seu primeiro álbum, Negraíndia.


Palco Frei Caneca FM - Realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, a programação gratuita e aberta ao público, montada com curadoria da Frei Caneca FM, será oferecida nos dias 4 e 5 de outubro, ao lado da Praça do Arsenal, tendo a majestosa e histórica construção da Torre Malakoff como fundo de palco e cenário. Será a quarta vez que a Frei Caneca FM assina a curadoria de um palco na programação culturaI da cidade e a segunda vez no Festival Rec’n’Play.

REC’n’Play - Com o foco voltado para as áreas de Tecnologia, Cidades e Economia Criativa, o Festival REC'n'Play é realizado desde 2017, sempre no Bairro do Recife. Iniciativa do Porto Digital e da agência de comunicação Ampla, o evento é apresentado pelo Sebrae Pernambuco e conta com a Prefeitura do Recife como principal parceiro apoiador.

Programação Palco Frei Caneca FM no Festival Rec'n'Play 2019:


SEXTA (4 de outubro)
20h – Semente de Vulcão
21h - Estesia
22h - Samico
23h - Mombojó

SÁBADO (5 de outubro)
20 - Triinca
21h - Casas Populares da BR 232
22h - Rayssa Dias
23h - DJ Dolores e Recife19 convidam Lia de Itamaracá


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