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Beto Barreto e André Abujamra falam dos desafios para a música nestes novos tempos

11.05.20 - 11H15
À esquerda, o guitarrista do BaianaSystem Beto Barreto. À direita, o artista André Abujamra.

Fotos: Portal SESCSP/CC BY-NC-ND 2.0 | Fernando Augusto/Divulgação

Em live realizada na tarde da última sexta-feira (08), no Instagram da Frei Caneca FM (@freicanecafm), o guitarrista Beto Barreto, do BaianaSystem, e o artista André Abujamra bateram um papo com Patricktor4 sobre música, arte, novos projetos e a conjuntura atual.

Logo após a grande explosão que foi o carnaval deste ano, o mundo se viu privado do contato social, e é nesse cenário que o BaianaSystem vem com dois recentes lançamentos, Futuro Dub (2020) e Gil e Baiana (2020). O primeiro é fruto da parceria de longa data do grupo com o mestre da engenharia sonora, o pernambucano Buguinha Dub que traz uma releitura das faixas de O Futuro Não Demora (2019), terceiro álbum da banda.

“A gente começou a ver o que é que poderia trabalhar, produzir e passar pras pessoas nesse momento e esse disco de dub começou a vir a partir disso. A gente já tem uma relação com Buguinha de muito tempo. No primeiro disco do Baiana, Buguinha já tinha feito duas faixas em versão dub”, explicou Beto Barreto.

O segundo lançamento do ano, intitulado Gil e Baiana (2020), é resultado de um show gravado em novembro de 2019, em Salvador, com Gilberto Gil. O repertório une clássicos de Gil e do BaianaSystem, e foi selecionado a partir dos pontos de conexão entre ambos.

“O Baiana trabalha muito com sensações. A gente pensou que no meio disso, no meio desse isolamento, a gente podia trazer essa emoção do ao vivo, essa sensação de você ouvir o público. A gente deixou o disco muito cru, o disco é muito o real do que foi captado ali naquele dia, naquela emoção”, concluiu.

Em seguida, a conversa deu continuidade com André Abujamra. O artista comentou seus trabalhos mais recentes e um futuro álbum que vem ainda em outubro deste ano. O novo trabalho, nomeado Emidoinã, significa a transmutação das almas do mundo pelo fogo, e vem em sequência ao mais recente lançado Omindá (2018), que faz referência a união das almas do mundo pelas águas.

“Eu acho que me preparei sem querer. Eu sempre trabalhei com estúdio. Eu fiz o Omindá, que eu lancei em 2018 e, em outubro de 2020, eu vou lançar o do fogo que se chama Emidoinã. E aí com essa loucura toda ‘ah, vamos adiar feito as olimpíadas’. Eu não vou adiar, vou fazer, vai ser tudo meu desenho mesmo. Tem participações maravilhosas, tem o Criolo, tem o BNegão, tem o Chico César e tudo online. Eu to gravando tudo. No Omindá eu gravei com milhões de músicos, esse eu to gravando tudo sozinho”, detalhou Abujamra.

Ele também chamou a atenção para a importância da classe artística em meio a atual conjuntura que o mundo atravessa. “Os artistas hoje eles são imprescindíveis nesse momento. A coisa que eu mais ouvia antes de começar a pandemia, com o governo que a gente tem, é que não servem pra nada. Somos importantíssimos pra humanidade hoje”, afirmou.

Além disso, Abujamra comentou sobre o atual cenário político e social do Brasil, que, segundo ele, é marcado pela polaridade. “Já é muito difícil viver na diferença, só que eu tô descobrindo que a gente tem que descobrir uma forma de viver na incompatibilidade”, finalizou o músico.

A live está disponível na íntegra no Instagram da Frei Caneca FM. Confira:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Frei Caneca FM (@freicanecafm) em 9 de Mai, 2020 às 10:50 PDT


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